LAREIRA

Acendo a lareira do amor nos invernos,

dissolvo rancores que minam conflitos...

Mas eis-me no frio dos dias hodiernos,

jogado, sozinho, em escombros, detritos.

Não mais erguerei os castelos bonitos

sonhados com planos de votos eternos,

pois eles se abalam aos leves atritos,

em céus muito azuis que se tornam infernos.

Não! Mesmo penando letais sofrimentos,

eu não renuncio ao prazer dos momentos

que gozo aos calores vitais do sonhar!

Que venham lamentos, clamores e prantos,

que meu coração se derreta em quebrantos,

que eu arda depois, mas eu vivo de amar!