Calvário
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Caí como caem os carnívoros cães.
E cai de mim um pérfido temor.
Saí em busca dos esquecidos pães...
Sai, não quero seu tirano clamor!
Parte do que sou é pura ausência.
E parte de mim o fingimento...
Retifico erros de olvidada regência.
Ratifico, meu viver é só tormento.
Por que caminhar entre espinhos?
Porque o caminhar assim é solene, penso.
E o porquê da dor, onde estará sua razão?
Se as razões não sei onde estão,
mesmo buscando-as nos caminhos,
sigo, foragido, sem pesar nem tormento.
Crato, 13 de fevereiro de 2007.
20h57min (Durante a aula de Direito Constitucional)
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