Cá em mim

.:.

Antes que de mim o amor escape

E que de tuas mãos eu receba o fim.

Mato-me a mim mesmo, a mim,

Num descuidado instante e num disfarce

Que eu me despoje deste disfarce, sei que queres.

Pois tuas mãos esculpiram este rosto

Que agora morre triste do desgosto

De não mais ser desejado – pobre alferes!

Matar-me por causa de ti, mulher esnobe,

Imaginas mesmo isso cá em mim?

Eis o homem que não morre, não há fim!

Mas tuas mãos, doce escultora, insidiosa mulher,

São pétalas de ígnea rosa, crepúsculos de malmequer,

Que me aprisionam, por ti morro: esquecido e pobre.

Fortaleza, 02 de novembro de 2002.

01h23min

Nijair Araújo Pinto
Enviado por Nijair Araújo Pinto em 10/05/2011
Reeditado em 24/08/2011
Código do texto: T2961591
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.