Salvaguardar
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Salvar eu salvei sem nenhum temor...
Dei provas não contestes do ardor
que assaz movimenta assim minh’alma,
sendo luz duma dor que clama calma.
Se sou senhor supremo sem sermão.
Se não me busca sempre n’aflição.
Outra mão que não a minha você sente:
mão estendida, firme, num repente.
E ai de mim se, mesmo estando ausente,
quando esse tal’iminente e vil perigo
chegar, eu não puder ser o seu abrigo.
Sentir-me-ei culpado, dor premente,
alvissarando meu desejar ínclito,
do meu eterno perdão, nunca fortuito.
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