Corpo e vida

Que é forte, bravo, mas é pequenino

e delicado como um beija-flor

meu existir, eu sei. No meu verdor

já vislumbrava todo meu destino.

A minha vida - e a de qualquer mortal -

pode extinguir-se por qualquer razão.

Pode, entretanto, persistir, pois não

há regras no viver, é tudo natural.

Porém, quando o limite é alcançado

e sobrevem o término, afinal,

ocorre a radical transposição

e o existir se encerra. O corpo não

suporta a vida eterna, ele é mortal

e necessita de ser amparado.