Soneto n.200



E rolam, ao sabor dos sete ventos,
cada uma de minhas letras mortas
carregando a dor e os sentimentos,
arrebentando todas as comportas.


Com a fúria dos fortes elementos,
saíram loucas batendo as portas,
levando junto meus pensamentos,
só deixando umas palavras tortas.

O vazio ficou entre os meus dedos:
eu perdi a rima (e todos os temas)
afogada entre os meus tolos medos.
...
Ah!! Peço paz ao deus dos universos
pois nas veias correm-me poemas -
e já não sei viver sem os meus versos!


Silvia Regina Costa Lima

7 de agosto de 2010







Obs:  Este é apenas um soneto do eu-lírico    ...  E explicando um pouco melhor aqui: nenhuma letra para mim é morta jamais! .. este é só um soneto que nasceu de meu eu-lírico como se as minhas palavras tivessem se revoltado um dia qualquer e fugido de mim... mas, na verdade, isso nunca me aconteceu de fato.. pois eu escrevo todos os dias.. todos... e assim, somente o coloquei hoje porque achei intensamente sensível e porque alguns poetas se sentem assim mesmo: sem palavras e sem inspiração poética e se desesperam, entanto não devem desistir nunca pois escrever é bom e prazeroso demais para nossa alma imortal. E a inspiração sempre volta.
 
SILVIA REGINA COSTA LIMA
Enviado por SILVIA REGINA COSTA LIMA em 06/05/2011
Reeditado em 19/01/2019
Código do texto: T2953921
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