AS FLORES VIRTUAIS

Estou saindo para não morrer

de solidão e tecnologia,

armo a palavra e sobre a língua vária

fecho as cortinas da melancolia.

Somente a luz virtual e fria

apodera-se dos meus dedos brancos

entretanto, entre solavancos

ando à procura de aves retirantes.

Que importa a música e a estrofe

que o tempo não tem rédea ou peia,

a cada hora a palavra muda,

a cada dia tudo mais se afeia,

hoje o perfume sensual das flores

busco nas telas dos computadores.

Enzo Carlo Barrocco
Enviado por Enzo Carlo Barrocco em 30/06/2005
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