AUSÊNCIAS

Era uma vez um trem, já de partida,

e a jovem que corria pra embarcar,

e o adeus flutuando pelo ar

— a lágrima escorrendo uma dor líquida.

E sempre uma estação para lembrar,

um rosto, uma figura esmaecida.

A força para a glória de uma vida

ficara entre as paredes de outro lar.

Era uma crise fatal, sem solução;

impossibilidade natural

de ter o que quisera ter então...

Restava um gesto antigo contra o mal,

manter sob controle o coração,

que os trens chegam e partem, sempre igual.

nilzaazzi.blogspot.com.br