O Andarilho e a Flauta!
Caminha sem rumo pelas ruas, admira cada rosto
Como se estivesse em um planeta desconhecido.
Não permite a aproximação, esquiva descomposto,
Não responde a um cumprimento, ignora um sorriso.
Leva a boca uma antiga flauta enferrujada,
E nela entoa uma linda canção ignorada.
Uma triste melodia, talvez a canção da amada,
Vai tocando, andando alheio a qualquer chamada.
As lágrimas molham o rosto judiado pelo tempo,
Sozinho vai sem pressa, seguindo o caminho do vento,
Onde a canção o levará, onde irá construir seu templo?
O que passará na mente deste andarilho solitário,
Qual será o seu destino, porque esconde sua história?
A velha flauta, do seu enigma se tornou solidária...
Luzia Ditzz
Campinas, 04 de maio de 2011.