Dores poéticas
Conheço as dores dos poetas dos 1800
De Pompéia à Bilac, de Murat à Raimundo
Dores dignas daquele tempo do mundo
Que ainda resistem nos poetas dos 2000
Entendo aqueles amores não correspondidos
Aqueles duelos não efetivados até o caso fatal
E serviam de quadrinhas e letras num jornal
Que jamais seriam por todos esquecidos
Se Amélia não podia ir além do romance platônico
Da Engenhoca, Bilac desesperava-se em sua Via-Láctea
E levava a vida, em boêmia, qual um grego irônico
Se Raimundo não podia calar o rebelde Luís
Ao menos defendia-se e o julgava qual um cão que late
Pois não podia imitar Pompéia que se foi sem juiz