AUTORRETATO

A juventude passou, foi embora;

maturidade chegou. Mas que bom!

Toda experiência nos cobra penhora,

saber viver, — agradeço esse dom.

Nunca serei uma velha senhora,

o tal chapéu preto, o xale marrom...

Imposições não me valem agora:

— São minhas vestes! — Escolho seu tom.

Mas não serei uma falsa sereia,

a esconder de mim mesma a verdade.

De veleidade esta vida está cheia!

Uma certeza apenas me invade:

A poesia me corre nas veias,

— Hoje melhor do que em tenra idade.

nilzaazzi.blogspot.com.br