Soneto ao Poeta Perdido

Intruso ensejo num peito inconstante

Cesse o indócil clamor que murmura,

Se o amor é hostil e seiva da tortura

Num dogma abjeto, inefável amante.

Mude o imortal Amor inebriante,

Conhece-se o mal, mas não existe cura,

Deixa-me querer essa minha loucura;

Déspota paixão no coração errante.

E vós, tristes poetas da escuridão,

Espectros mochos, tristes escritores;

Hostis a luz que os amofina então;

Com versos sevos, tristes amadores

Não quero a vossa abissal solidão

Desejo fartar meu peito de amores.

Herr Doktor

HERR DOKTOR
Enviado por HERR DOKTOR em 18/11/2006
Reeditado em 08/09/2008
Código do texto: T294834
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