Soneto ao Poeta Perdido
Intruso ensejo num peito inconstante
Cesse o indócil clamor que murmura,
Se o amor é hostil e seiva da tortura
Num dogma abjeto, inefável amante.
Mude o imortal Amor inebriante,
Conhece-se o mal, mas não existe cura,
Deixa-me querer essa minha loucura;
Déspota paixão no coração errante.
E vós, tristes poetas da escuridão,
Espectros mochos, tristes escritores;
Hostis a luz que os amofina então;
Com versos sevos, tristes amadores
Não quero a vossa abissal solidão
Desejo fartar meu peito de amores.
Herr Doktor