DEVANEIOS!

 

 

Quem me dera fosse a gota de sangue

Que corre acelerado, em tuas veias.

O último suspiro fraco, exangue,

E a lua que no teu sol, entremeia.

 

Conquanto, seja o lodo do mangue,

Que busca, no clarão da lua cheia,

A imagem da paixão no corpo langue,

Tal fosse o algoz que chicoteia!

 

Quem me dera, ao final deste suplício,

Que fere e corrói tal qual um vício,

Pudesse eu correr conforme o rio

 

Que brota indelével na nascente

Sem ter destino certo, aparente,

Porém, jamais se perde no desvio!

 

(Milla Pereira)