Soneto ao escárnio corpo
Escarneço em demasia nestes escombros que sufocam meu peito
E desvaneço em agonia; e nesta alma sinto a morte aliviar aquele crasso
Tão depressa quanto o veneno que derriça meu lábio em deleito
Para os jardins escuros do submundo-eu, onde padeço.
Acordo frio e como em entranhas de um leito de marfim...
Depressa escorro daquelas inumadas vestes como em fuga
Aonde sem a dor os demônios me acompanham, mas sem mim,
E já longe de mim estava e já não mais de espera longa
Caí em inspiração nos espinhos das inférteis vadias dos amores
Ó rosas tão cheias disto que tanto procurei em dores
E tão vazias disto que sou no deleite morto dos vales.
E depressa algo me arrastou para escárnios
Onde sentia o inverno e o fel de veneno em meus lábios
E o descanso de meu corpo me traiu pelos devotos espaços vazios.