CAMPO LIMPO

Levanta — meu senhor! — O dia brilha intenso,

nas terras logo além, germinam as sementes.

Assume o teu papel, não sejas indolente;

se tudo é sempre igual, a língua perde senso.

Nem todos são os grãos que vingam, entrementes,

ganhar a luz do dia envolve uma disputa!

— O verso não quer mais uma palavra enxuta,

procura pela voz versátil das vertentes.

Senhora dos vergéis, estranha ao vil concreto,

de nível superior, os modos imponentes,

(o som escapa forte, é sopro contra os dentes)

desmonta de uma vez o berço analfabeto.

No fundo do crisol, mistura delirante

espalha pelo ar as luzes do levante.

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