CAMPO LIMPO
Levanta — meu senhor! — O dia brilha intenso,
nas terras logo além, germinam as sementes.
Assume o teu papel, não sejas indolente;
se tudo é sempre igual, a língua perde senso.
Nem todos são os grãos que vingam, entrementes,
ganhar a luz do dia envolve uma disputa!
— O verso não quer mais uma palavra enxuta,
procura pela voz versátil das vertentes.
Senhora dos vergéis, estranha ao vil concreto,
de nível superior, os modos imponentes,
(o som escapa forte, é sopro contra os dentes)
desmonta de uma vez o berço analfabeto.
No fundo do crisol, mistura delirante
espalha pelo ar as luzes do levante.
nilzaazzi.blogspot.com.br