CAVERNOSO
CAVERNOSO
Quando a apatia desnuda seus malfazejos
no ostracismo fica a vontade de viver
introspecto medita o silente querer
pois nada acontece mais conforme os desejos.
se em altos e baixos não faz por merecer
Imputa-se a mente o não uso dos ensejos.
Jogou-se ao alto os belos anos dos verdejos
Que ao laivo negro fez a alma se recolher.
Trôpega, alma inda em ledos luares se engraça,
Não se apercebe dessa lúgubre desgraça
Por isso protesta com tanta veemência.
Pune-a exacerbadamente a vil melancolia
e a cadeira cativa da dicotomia
da solidão fere fundo sua existência.
Afonso MartinI
010511