Sonolento.

Como fazer uma poesia insone?

Não permita ao verso o sono.

Muito menos que o abandone,

Na fria latitude do caderno.

Deita-o inteiro; por completo.

No âmago da página fria.

Aonde o ritmo quase incerto,

Faz a indolência da cesura.

Porque no sono mora o sonho.

E no recesso da palavra o eterno,

Fulgor de todo pensamento.

Aonde se ensaia a bela forma.

Criando a atitude sem norma.

Poema adormecido no senso.

Gerson F Filho
Enviado por Gerson F Filho em 17/11/2006
Código do texto: T294150