Sonolento.
Como fazer uma poesia insone?
Não permita ao verso o sono.
Muito menos que o abandone,
Na fria latitude do caderno.
Deita-o inteiro; por completo.
No âmago da página fria.
Aonde o ritmo quase incerto,
Faz a indolência da cesura.
Porque no sono mora o sonho.
E no recesso da palavra o eterno,
Fulgor de todo pensamento.
Aonde se ensaia a bela forma.
Criando a atitude sem norma.
Poema adormecido no senso.