De Repente

De repente tudo para. E na calada

de quando a tarde cai, sobe um gemido

e depois o silêncio, sem mais nada

que possa por alguém ser percebido.

No olhar, agora, o cinza ao branco pisa

apagado que foi por esse estranho

e inexplicável torpor, que paralisa

a vida em seu mais ínfinmo tamanho.

Essa boca que se abre sem cantar,

e esse medo que se sente pelo ar

invadem a natureza, e ela assiste

o temor da onda em se perder no mar,

o receio da luz de contra a treva ousar

e o verso que era alegre ficar triste.

Amaury Nicolini
Enviado por Amaury Nicolini em 30/04/2011
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