De Repente
De repente tudo para. E na calada
de quando a tarde cai, sobe um gemido
e depois o silêncio, sem mais nada
que possa por alguém ser percebido.
No olhar, agora, o cinza ao branco pisa
apagado que foi por esse estranho
e inexplicável torpor, que paralisa
a vida em seu mais ínfinmo tamanho.
Essa boca que se abre sem cantar,
e esse medo que se sente pelo ar
invadem a natureza, e ela assiste
o temor da onda em se perder no mar,
o receio da luz de contra a treva ousar
e o verso que era alegre ficar triste.