TERMINAS BUSCAS.
N’uma manhã de cinzas névoas
Andou minh’alma em desconsolo,
Por mausoléus frios tal pólo
A colher trevos p’ressas magoas.
No calabouço dessas moradas
Debrucei meus olhares de apelo:
- Trazei-a de volta “mio angelo,”
Oh, flutuantes almas penadas!
O lamento de não vê-l a surgir
Do nevoeiro, não pode remir,
Meu *óbolo p’ras solas do inferno.
Prezo n’uma atroz dor silente
Suplico a um palor fulgente:
- Tenham-me, moradas do mistério...
* "Era costume grego colocar uma moeda, chamada óbolo, sob a língua do cadáver, para pagar ao barqueiro sombrio pela viagem. Se a alma não pudesse pagar, ficaria forçosamente na margem do rio Aqueronte para toda a eternidade, e os gregos temiam que pudesse regressar para perturbar os vivos."