ÚLTIMO SONETO
Última estrofe, último soneto.
Áspero riso pálido de espanto
Íntimo beijo úmido de pranto,
N'último verso fecha-se o quarteto.
Última rima n'último terceto
Árido som funesto neste canto
Ácido vinho mata-me num tanto
N'última taça solve-se o cloreto.
Cálida face morre-me primeiro,
Cético amor despiu-se enfim de tudo
N’último sopro d'alma só, quieta.
Cala-se a vida, e o verso derradeiro
Queda-se inerte, insólito e mudo.
Fica o soneto e vai-se este poeta.
Última estrofe, último soneto.
Áspero riso pálido de espanto
Íntimo beijo úmido de pranto,
N'último verso fecha-se o quarteto.
Última rima n'último terceto
Árido som funesto neste canto
Ácido vinho mata-me num tanto
N'última taça solve-se o cloreto.
Cálida face morre-me primeiro,
Cético amor despiu-se enfim de tudo
N’último sopro d'alma só, quieta.
Cala-se a vida, e o verso derradeiro
Queda-se inerte, insólito e mudo.
Fica o soneto e vai-se este poeta.