RETRATO DA INFÂNCIA

Fagner Roberto Sitta da Silva

Recrio o mundo com as coisas mais singelas:

velhos brinquedos, o quintal da infância... Nada

me escapa até chegar na forma cinzelada,

e assim minhas lembranças parecem tão belas.

No final, a canção está eternizada

e com um brilho tal, como o de mil estrelas,

mas sei que não tentei esconder as querelas,

vejo todas aqui, em minha obra acabada.

E este retrato é pura invenção de um adulto,

pouco do homem que a vida injusta envelheceu,

mas para esta criança eu prestarei meu culto,

porque nela o sorriso ainda não morreu

e é como se eu pudesse, enfim, tocar seu vulto

quando vou revivendo o que não se perdeu...

Garça, 27 de abril de 2011.

Fagner Roberto Sitta da Silva
Enviado por Fagner Roberto Sitta da Silva em 27/04/2011
Reeditado em 27/04/2011
Código do texto: T2935265
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