Condenado
Eu me perdi ao mundo em fogo extremo
por melancólicos vícios desprezados,
que aos seus lavores imaculados
me prendeu n’alma tudo o que tenho...
E por medo a sanidade eu me condeno
nesse achaque a devaneios desconcertados
por morrer à devassidão os condenados,
qual a mim, eternizados, no que temo...
Todavia, oh, imaculada, do além desprezo
em mim não esqueço do amor que tens,
e nem ao menos dos risos que eu já lhe dei...
Pois, aos versos em verdade eu te apreço,
mesmo a mim, ter condenado, aos seus bens,
em amor, oh, vida, lhe canto o que julguei.
(Poeta Dolandmay)