Elizabeth
Ao pé deste anjo, num olhar absorto
Lembro-me bem de todos os momentos,
Das tuas mãos, teus dedos macilentos
Tateando as pedras deste rosto morto;
Dos coturnos em passos temulentos,
Distraída tu pisavas o arquimorto,
O solo centenário aqui deste horto
De mármores, sepulcros, monumentos...
Ouço inda a tua voz, distantemente...
Num eco que se esvai profundamente,
Enchendo-me os ouvidos de saudade...
Volto agora ao pé deste anjo marmóreo,
Ao ver que junto de um sepulcro flóreo
Fica a dormir a nossa mocidade...
09 de Abril de 2011
* Elizabeth: Nome que ela deu a um monumento fúnebre.