TERNURA
Tive um soneto matinal perdido,
Por causa das crianças barulhentas.
Xingando e resmungando enfurecido,
Para a rua saí, de infladas ventas.
Cinema, Um dramalhão aborrecido.
De novo em casa. O almoço. Idéias lentas.
A rede e a sesta. Mal adormecido,
Acordam-me as crianças barulhentas.
Irritado bocejo e saio fora
Aos gritos com o primeiro que aparece,
Pondo a turma a correr que se apavora.
Rindo sem medo num "papá" nasal,
A última dos sete me enternece,
Repondo-me o soneto em vesperal.