A ABANDONADA
Sinto dores, coração sangra, alma chora
Para uma vida plena, você fechou a porta
Fui abandonada com requintes cruéis, pavor
Quero que rasgue meus poemas d’amor, por favor,
Não quero nunca mais te ver, morri para você
Meu coração envia-lhe raiva num roxo buquê
Se de nós lembrar, veja a dor que causou em mim
Eu, que só queria viver, com você, uma amor sem fim
A vida é mesmo assim, às vezes justa, às vezes não
Mas nesta vida tudo vai, tudo volta, como num clarão
A decepção, quando grita na alma, não tem conserto
Um dia quis, com você, minha vida dividir
Vi tua ingratidão, e de você consegui sair
De um amor puro ninguém esquece, isto é certo
Luamor
“...Sou talvez a visão que Alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo pra me ver
E que nunca na vida me encontrou! “
Florbela Espanca - Livro de Mágoas
OBSERVAÇÃO: O "Eu lírico" nas minhas poesias não se chama Luamor...