MISSIVA

O carteiro deu-me as costas,
Enquanto lia as tuas cartas.
Esperava ler o quanto tu me gostas,
E que de mim já mais te fartas.

Li e confesso me vi surpreso,
Depressa, o carteiro chamei.
Em cada carta, havia só desprezo,
Daquela que tanto amei.

Ah! Carteiro, tu agora há de sê-lo.
Médico para o mal que me impinge,
Pois meu coração não bate, apenas finge.

Sê padre, a remeter-me aos céus, sem selo!
Porém confesso, amaldiçoar, antes de morrer,
Ah! Carteiro, o dia em que aprendi a ler.



Fonte da imagem: http://cronicasysoldacabral.blogspot.com/2010/11/carta-sem-resposta.html
DRAKKAR
Enviado por DRAKKAR em 17/04/2011
Reeditado em 17/04/2011
Código do texto: T2915403
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