VELEIDADE
Nada me importa na aparência de um mancebo,
quer seja belo, seja calvo ou tenha encantos,
que seus trabalhos sejam doze ou outros tantos...
Não me cativa o vate pelo que recebo.
Se enxerga luz numa palavra meio torta,
faz ressoar seus ecos sem nenhum arrego
e deixa flores sem bilhete à minha porta,
destila essências de uma fonte que não bebo!
Porém não sei se tal razão é meu direito...
Se falta verve à maioria — o tempo é cedo —
se não se arrisca, segue as linhas meio a medo,
pois meu soneto não difere, contrafeito:
— Tem versos fortes; guarda um ar de bom menino,
mas não fascina, pois não é um alexandrino...
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