O Poeta é Eterno
Quando me invade a mesquinhez pequena
É meu dilema sórdido e pulsante,
No mesmo instante em que acontece a cena,
Outro poema nasce delirante!...
Vou sobre as asas desse vil poema,
Qualquer esquema é libertário e errante;
A todo instante indiferente ao tema,
Se me envenena o versejar vibrante!
Eu vou bebendo esse veneno forte
E minha sorte é que o poeta é eterno;
Fugir do inferno é minha triste sina!
Não que eu renegue ou não mereça a morte,
Nem me conforte meu poema terno...
- É que alcançar o etéreo me fascina!...