Piromania.

Meu querer, a medida insensata do drama

Cada vez mais feroz, e sem paz desespera

Na tensão visceral que é mais viva na fera;

Quer viver a paixão prometida da chama.

Quando a voz despertar o calor que te inflama

Deixe o mundo girar solte o prumo da esfera

O futuro virá no prazer que te espera

E o tempo será outra vez de quem ama.

Deixe o sol colorir novamente o teu rosto

Que o azul deste céu seja o véu desta tarde

Deixe a pele sentir toda chuva de agosto

Espalhar pelo rosto o revés de um covarde,

Outra vez nascerá dos apelos do gosto

Pelo fogo voraz nesta fibra que arde.