Solidão

Há um silêncio assustador em minha mente

e uma revolta no silêncio de cimento.

Um vulto voa nos peraus do pensamento

e um ruido inaudível é eloquente.

O sol debruça-se além das fantasias,

nubla o sonho, a razão e a coerência.

A escuridão que toma conta da inconsciência

suga-me alma, virtudes e energias.

Sofro profunda solidão, que sem motivo

torna eterno um instante entre nós.

Fecha-me os olhos, seca a boca e cala a voz.

Mas um revés me salva a alma e me põe vivo

Rever teus olhos, teu sorriso, é o lenitivo.

Sou da legião dos que sofrem quando sós.

PAULO DE FREITAS MENDONÇA
Enviado por PAULO DE FREITAS MENDONÇA em 15/04/2011
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