A inocência
A inocência bebe água com as mãos
enquanto dedos com anéis pegam na taça,
algum que em riste, maquiavélico, comanda,
por complacência, não parece ameaça.
A inocência quer bandeira, campos ronda
e segue a onda dos que agitam lá na praça,
mas permanece no escuro da indigência.
Beirais de estrada, tudo anda, a vida passa.
A inocência quer fazer tudo primeiro
e como sua, abraça a causa de um terceiro
na esperança de fartar sua vida escassa
Não tem consciência que é solita quando una
que sua voz não se permite na tribuna,
mas só um refrão decorado pela massa.