Loucura
Grito a plenos pulmões a lucidez
Mas canto nas endechas a loucura.
Sob o extremo cantochão, tua candura
Vai à rua sondar o pranto e a morbidez.
Os dínamos da plebe me anunciam
Brados fúnebres, à tez embrionária.
E a noctívaga marcha proletária
Abre o cárcere e as almas pronunciam.
A harmonia e as tensões contraditórias
Das longínquas imagens rotatórias
Da inexistência abstêm-se de ilusão...
Só me restam sentidos que regulam
Os degraus da loucura que calculam
A transcendência ignota da razão!