Loucura

Grito a plenos pulmões a lucidez

Mas canto nas endechas a loucura.

Sob o extremo cantochão, tua candura

Vai à rua sondar o pranto e a morbidez.

Os dínamos da plebe me anunciam

Brados fúnebres, à tez embrionária.

E a noctívaga marcha proletária

Abre o cárcere e as almas pronunciam.

A harmonia e as tensões contraditórias

Das longínquas imagens rotatórias

Da inexistência abstêm-se de ilusão...

Só me restam sentidos que regulam

Os degraus da loucura que calculam

A transcendência ignota da razão!

Eltonn Moreira
Enviado por Eltonn Moreira em 13/04/2011
Reeditado em 16/11/2011
Código do texto: T2906643