Madrugadas
São de insonia as minhas madrugadas,
pois delas faço tempo de vigia
à espera de que as horas arrastadas
rendam-se enfim à luz de um novo dia.
Nas madrugadas ando entre lembranças,
recolho aqui e ali restos de sonho,
tropeço em ilusões e em esperanças
e no mesmo lugar de novo as ponho.
Enquanto todos dormem, eu divago
nos caminhos em que já andei um dia,
ainda guardados na mente e coração.
E quando chega a manhã, ainda trago
sobras da noite, pra fazer poesia,
porque elas são a minha inspiração.