À espera
Num cubículo, doze metros quadrados
Olho o mundo, debruçado na janela
A paisagem de tons amarelados
De mais um fim de tarde à espera dela
A menina dos cabelos enrolados
Que conheço de uma realidade paralela
De conversar e andar de braços dados
Num universo que se resume à eu e ela
Neste quarto onde vivo solitário
Na imensidão de uma cama vazia
Embriago-me de um vinho ordinário
Vendo o tempo se arrastar a cada dia
Sem querer avançar no calendário
Para tornar minha solidão em alegria