NÉVOA

Por trás de longos caules finos,

Paralelos, muitos, tantos,

Nevoeiro em espesso manto,

Pairava um certo destino.

Enxugava olhos em prantos,

Ardiloso, cruel menino,

Sem rosto em desatino,

Lamenta-se pelos cantos.

No véu do tempo ele oculta,

As intenções que imputa,

Misterioso, o silêncio adora.

Somente quando já é passado,

Sabe-se o que não foi falado,

Quando o destino vai embora.