Maria
No beijo formidável da dor,
No esquento do abraço infeliz,
Um fado derrama lágrimas quentes,
Na morte da desventura da alegria.
Maria dançava, sorria, aprendia
De simplismo amoroso,
Cantava com harmonia,
Logo descobriu o poeta, quando morria.
O poeta rimava seus anseios,
Queimava suas injúrias,
Matava todos com sua poesia.
Maria entrou no abismo sem espelhos,
Achou ingratidão da vida,
Mais logo se reconheceu no nada.