SONETO DA INSÔNIA XI

Quando a noite chega entrego-lhe os braços

Com ela divido a tristeza, as violetas do peito

Os despojos do dia, o cansaço dos meus passos

E da companhia que me oferece faço suave leito.

Noite, é tão tarde! Apenas ouço música que ecoa

Serão anjos ou demônios entoando esse canto?

Penetra meus ouvidos e nela o pensamento voa

Compasso uníssono desfazendo o meu pranto…

Ouço sons imaginários,sono ausente, enlouqueço

Nas tuas asas, ó noite, o meu corpo eu entrego

Para que me leves, aos resquícios da infância:

Visitar doce menina com quem ainda me pareço

Com ela tenho nos sonhos encontro marcado

Num abraço eterno de cantos, violetas, poesia…

(06/04/2011)

Ana Flor do Lácio
Enviado por Ana Flor do Lácio em 06/04/2011
Reeditado em 06/04/2011
Código do texto: T2892276
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