SONETO DA INSÔNIA XI
Quando a noite chega entrego-lhe os braços
Com ela divido a tristeza, as violetas do peito
Os despojos do dia, o cansaço dos meus passos
E da companhia que me oferece faço suave leito.
Noite, é tão tarde! Apenas ouço música que ecoa
Serão anjos ou demônios entoando esse canto?
Penetra meus ouvidos e nela o pensamento voa
Compasso uníssono desfazendo o meu pranto…
Ouço sons imaginários,sono ausente, enlouqueço
Nas tuas asas, ó noite, o meu corpo eu entrego
Para que me leves, aos resquícios da infância:
Visitar doce menina com quem ainda me pareço
Com ela tenho nos sonhos encontro marcado
Num abraço eterno de cantos, violetas, poesia…
(06/04/2011)