TEUS LAÇOS

No teu estro iriante, eu me alastro

a beber tua seiva tão pura,

a firmar minha posse, erguer mastro,

embrenhando-me langue em loucura!

Hialinos olhares, luz de astro,

me iluminam caminhos, fulgura

cristalina emoção, suga o rastro,

os meus rumos, sentido, em brandura.

Então sorvo-te os pomos, as frutas,

sigo heroico em retorno às labutas,

faço em ti toda a força, meus braços.

E eu, assim, vou vencendo essas lutas

que despejam-se em mim, torpes, brutas,

protegido, bem preso aos teus laços.

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 05/04/2011
Reeditado em 27/04/2011
Código do texto: T2890305
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