PELOS TEUS VESPERAIS

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Ah tarde nebulosa, tão tristonha,

De tão negra moldura d’andorinhas,

Espalhadas no céu que ainda sonha,

Com um resto de sol pela prainha...

São tuas estas nuvens bem quérulas,

Suspensas nas abóbadas, nos vitrais,

Das estrelas surgindo, quais pérolas,

Apagando esta tarde dos meus umbrais...

Ó! Vai-te! Vai-te embora, na tristeza,

Que, sobre ti s’espalha, em grandeza,

Pelos teus vesperais, no firmamento!...

Ah, amanhã, talvez, com mais beleza,

Outra tarde, mais bela, mais acesa,

Traga-me, bem mais, luz, encantamento!...

Aarão Filho

São Luís-Ma, 04/03/2011

Aarão Filho
Enviado por Aarão Filho em 04/04/2011
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