Os olhos de Ester
 
Se nos olhos de Ester há uma falsa consciência
e se o bardo não pensa as verdades que expressa,
nessa praça mais ampla, as fragrâncias intensas,
já floresce o jasmim, perfumando a travessa.
 
Se no seio de Ester não se encontra a licença
para seu puro afeto e se a jovem não cessa
de dizer que não quer nada que lhe pertença...
Oh! Que pobre ele é! Oh! que triste promessa!
 
Se não cabe a José a esperança, sequer,
de encontrar nesse amor um lampejo que seja
de cumprir seu destino e levá-la à igreja...
 
Oh! Que pobre ele é! Oh! Que ingrata mulher!
Pois os olhos de Ester não refletem, José,
esse enlevo total. É melhor dar no pé!
 
Inspirado em Os olhos de É. (Dudu Oliveira)

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