SONETO DA SUBMISSÃO

Dedicado a Manoel Costa Palma

Carrego nesse peito desvairado

O arado que Vovô nele deixou

Dizendo-me: a mulher é um ser sagrado

Alado encantamento que pousou;

Desceu de lá do céu e aqui chegou

Pra ser do bicho homem a nobreza

Porém o bicho homem a rebaixou

Por não saber lidar com essa grandeza!

E hoje quando vejo em todo canto

Mulheres aceitando sem espanto

O manto negro da submissão

Pergunto pra Vovô discretamente:

Ninguém querendo, como pode a gente

Dar jeito nessa torta condição?!

João Pessoa, 02/04/2011.