À uma leitora
Ela apareceu do nada, inesperadamente
Como um cego que procura uma saída
Tropeçou até mim, mas veio sorridente
E me fez sorrir, quando entrou na minha vida
Ela sorvia o licor amargo da minha mente
compartilhando o gosto de uma noite mal dormida
lia e relia meus versos desesperadamente
cada lágrima, cada dor, cada ferida.
Não sei ainda o que dizer diante dela
Nunca alguém sentiu da forma que eu sinto
Nunca alguém ouviu o que quero dizer a ela
Esta mulher que fez do meu sangue, vinho tinto
E o bebeu, noite passada, à luz de vela
Há de me lançar, cego, em um labirinto