*** CANÇÃO PULSANTE ***
Para Iran Leitão, uma amiga da UFMA.
Ah, pelo chão, as folhas despendidas,
Deste imenso arvoredo, tão sombrio,
Mortas, pelos beirais daquele rio,
Pelos ventos errantes... Já sem vidas!...
Chegam a parecer com passarinhos,
Em tristes revoadas, pelos prados,
Na convulsão dos vôos, abortados,
Como se não quisessem ir, dos ninhos...
A dança destas folhas, no outonal,
Trazem-me, desde a alma, em vendaval,
Uma canção pulsante, tão plangente!...
Arrastadas ao vento, cantam um coral,
Como se fossem as almas, num lacrimal,
Soluçando louvores, tão clementes!...
Aarão Filho.
São Luís-Ma, 31/03/2011