Desatino Outonal

Pobre alma sôfrega perdida em meio à dor,
Vivestes outrora a magia de uma sinfonia.
Hoje  te restam apenas farrapos do amor,
Vagas lembranças mergulhadas na agonia.


Lençóis macios abrigam teu corpo intocável,
Brancas espumas flutuam entre as paredes,
Imagens turvas bailam mascaradas aladas,
Vida ressentida, árduo retrocesso deplorável.


Vivência cravada por imantados espinhos.
Manto frio,  cotidiano sem nexo - complexo.
Lágrimas congeladas , carentes de carinho.


Outono, acalanto  das almas felizes e calmas.
Murmuram, muitas folhas secas da esperança.
Frescor da terra  a guardar  as raizes do amor...
                                                     (Ana Stoppa)
Ana Stoppa
Enviado por Ana Stoppa em 31/03/2011
Reeditado em 25/04/2011
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