O dorso.
Havia certa magia nos olhos que percorriam seu corpo
Retesavam seus atos, serenamente extasiava-se e devorava-o
Era peculiar seu jeito de amar massageando seu dorso
Sem pressa, num tempo só seu e no dela se acabou..
Numa casa descampada solitária e fria, ela vivia
Não sabia mais o que era compartilhar sua rotina
Vivia meio morta, meio viva, mal amada,sobrevivia
Num resto de sol a telha quebrada mostrava o dia.
E neste dia o amor retornou da chuva que vertia
Olhou-a de baixo pra cima e a comia, na fotografia
Nada mais restava dos sonhos nas noites vazias.
Esses momentos que foram sendo esquecidos
Na casa vazia, na comida sem gosto que comia
Talvez fosse um mês de agosto nem sabia.