O dorso.

Havia certa magia nos olhos que percorriam seu corpo

Retesavam seus atos, serenamente extasiava-se e devorava-o

Era peculiar seu jeito de amar massageando seu dorso

Sem pressa, num tempo só seu e no dela se acabou..

Numa casa descampada solitária e fria, ela vivia

Não sabia mais o que era compartilhar sua rotina

Vivia meio morta, meio viva, mal amada,sobrevivia

Num resto de sol a telha quebrada mostrava o dia.

E neste dia o amor retornou da chuva que vertia

Olhou-a de baixo pra cima e a comia, na fotografia

Nada mais restava dos sonhos nas noites vazias.

Esses momentos que foram sendo esquecidos

Na casa vazia, na comida sem gosto que comia

Talvez fosse um mês de agosto nem sabia.

jullia
Enviado por jullia em 31/03/2011
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