Casa de palha e capim
Já morei em casa de palha
Também em casa de capim
Sem telha, nada, sem calha
Sem pintura, simples, sem jardim
Nas paredes enchimento
Nada novo, barriado
Onde leva o pensamento
Chão batido, desnivelado
O almoço na gamela
Cheiro bom, vindo do mato
Fogão a lenha, panela
Assim ecoa a saudade
Bem aqui no coração
Revivendo tempos bons, felicidade.
(Glorinha)
CONHEÇO A ENGENHARIA.
Nunca morei numa tapera,
Mas conheço a engenharia,
O estilo que tanto prolifera,
Nas zonas de alta selvageria.
Eu sei fazer casa de taipa,
E preparar um chão batido,
Nas coberturas de palhas,
O meu serviço é garantido.
Eu fui criado numa fazenda,
Laborando com agricultura,
Conheço todas as contendas.
Tudo era no sistema artesanal,
Até mesmo fabricava a farinha,
E torrava o café tão colossal.
(Miguel Jacó)
Casinha Encantada
Já morei em uma casinha
Pequenina e abençoada
De onde a vida brindava
Sem ter saudade de nada
Minha casinha pequena
Era simples e rudimentar
Mais todos eram unidos
Sabiam a vida festejar
A água vinha das minas
A luz de um candeeiro
O chão de terra batida
Teto aberto para o céu
De manhã ao despertar
Tinha o leite do curral
Café coado no bule
O pão do forno à lenha
Da roça vinham as frutas
A geléia e a marmelada
O suco da cana madura
O curau de milho verde
Um riachinho encantado
Ficava na parte dos fundos
Ao redor muitos jardins
E alguns pés de manacá
Uma frondosa mangueira
De lado, a jabuticabeira
Faziam a sombra bendita
Para o descanso da lida
Aos domingos tinha missa
Perto da minha casinha
Depois quermesse e bingo
Para alegrar aos domingos
Minha família era grande
A vida brincava de roda
Hoje muitos já se foram
Ficou a dor da saudade
Ficou na minha lembrança
A mesa de toalha branca
Onde todos se reuniam
Debaixo do pé de ameixas
Hoje, quanta saudade
Sinto daqueles tempos
Em que a felicidade
Morava junto da gente
A minha casinha querida
Derrubaram sem piedade
Em seu lugar o concreto
E um mundo de saudades!
(Ana Stoppa)
Já morei em casa de palha
Também em casa de capim
Sem telha, nada, sem calha
Sem pintura, simples, sem jardim
Nas paredes enchimento
Nada novo, barriado
Onde leva o pensamento
Chão batido, desnivelado
O almoço na gamela
Cheiro bom, vindo do mato
Fogão a lenha, panela
Assim ecoa a saudade
Bem aqui no coração
Revivendo tempos bons, felicidade.
(Glorinha)
CONHEÇO A ENGENHARIA.
Nunca morei numa tapera,
Mas conheço a engenharia,
O estilo que tanto prolifera,
Nas zonas de alta selvageria.
Eu sei fazer casa de taipa,
E preparar um chão batido,
Nas coberturas de palhas,
O meu serviço é garantido.
Eu fui criado numa fazenda,
Laborando com agricultura,
Conheço todas as contendas.
Tudo era no sistema artesanal,
Até mesmo fabricava a farinha,
E torrava o café tão colossal.
(Miguel Jacó)
Casinha Encantada
Já morei em uma casinha
Pequenina e abençoada
De onde a vida brindava
Sem ter saudade de nada
Minha casinha pequena
Era simples e rudimentar
Mais todos eram unidos
Sabiam a vida festejar
A água vinha das minas
A luz de um candeeiro
O chão de terra batida
Teto aberto para o céu
De manhã ao despertar
Tinha o leite do curral
Café coado no bule
O pão do forno à lenha
Da roça vinham as frutas
A geléia e a marmelada
O suco da cana madura
O curau de milho verde
Um riachinho encantado
Ficava na parte dos fundos
Ao redor muitos jardins
E alguns pés de manacá
Uma frondosa mangueira
De lado, a jabuticabeira
Faziam a sombra bendita
Para o descanso da lida
Aos domingos tinha missa
Perto da minha casinha
Depois quermesse e bingo
Para alegrar aos domingos
Minha família era grande
A vida brincava de roda
Hoje muitos já se foram
Ficou a dor da saudade
Ficou na minha lembrança
A mesa de toalha branca
Onde todos se reuniam
Debaixo do pé de ameixas
Hoje, quanta saudade
Sinto daqueles tempos
Em que a felicidade
Morava junto da gente
A minha casinha querida
Derrubaram sem piedade
Em seu lugar o concreto
E um mundo de saudades!
(Ana Stoppa)