Os Vagabundos
Nos esfarrapados lençóis deitado,
Aquele desgastado vadio sonhava,
Que duvidoso amigo lhe deixava,
Lotaria que a sorte havia premiado!
De um outro vagabundo rodeado,
Por aquele dote há muito esperava,
Só não sabia que o vadio enganava,
Enquanto ele na cama fantasiava!
No sonho tudo era uma grandeza,
Eram os dois pobres e azarentos,
Assim os tinha dotado a natureza,
Tristes os vagabundos agoirentos,
Quiseram do sonho fazer riqueza,
Sonhando em lençóis poeirentos!