CATÁSTROFE HUMANA
CATÁSTROFE HUMANA
Parvo olhar em plúmbeas densas nuvens fixado
cronometram o tempo da devastação.
Coriscam o infinito luzes; um trovão
pânico instala no universo vivo alado.
A mata tremita em frêmitos no sertão;
o cume do morro por inchume abalado;
empós, o negro escuro de medos fardado
e o raio; luzes da ribalta; ígneo clarão.
O pinga-pinga da névoa celeste abunda;
forma rios na encosta; a planície inunda
e a navalha desliza e carnes desencarna.
O Divo Espírito o expediente apropria
à alma que na terra suas falhas expia;
em reformando o espírito dilui o seu carma.
Afonso Martini
300311