CATÁSTROFE HUMANA

CATÁSTROFE HUMANA

Parvo olhar em plúmbeas densas nuvens fixado

cronometram o tempo da devastação.

Coriscam o infinito luzes; um trovão

pânico instala no universo vivo alado.

A mata tremita em frêmitos no sertão;

o cume do morro por inchume abalado;

empós, o negro escuro de medos fardado

e o raio; luzes da ribalta; ígneo clarão.

O pinga-pinga da névoa celeste abunda;

forma rios na encosta; a planície inunda

e a navalha desliza e carnes desencarna.

O Divo Espírito o expediente apropria

à alma que na terra suas falhas expia;

em reformando o espírito dilui o seu carma.

Afonso Martini

300311

Afonso Martini
Enviado por Afonso Martini em 30/03/2011
Reeditado em 30/03/2011
Código do texto: T2879268
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