Soneto de Transformação
A vida às vezes engana, cegamente.
Do ardor de seu olhar, entristecido.
Do sabor de seu beijar, amadurecido.
Restou a sensatez mundana e ausente,
De uma vida profana e transparente,
Tão descolorida, sacana e sem sentido.
Tão sofrida, com gana e com gemido.
A invalidez mórbida e descontente,
Transformamos o sofrer em alegria...
E de todo o desespero em confraternização,
Façamos do não querer, companhia.
E de todo o exagero em satisfação,
Começamos o nascer com sabedoria;
E de toda a descrença em salvação.