Cativo do amor
Quero porém, meu amor fugidio,
Destas proezas furtivas da vida.
Quero minh'alma insana, garrida.
Onde o bom senso arrebata o brio.
Nas peripécias do amor sinto frio,
Desta infinda paixão aquecida.
S'esta saudade é apetecida
Vejo meu mar desaguando num rio.
Antes ser águas que movem moinhos,
Antes soneto que ser a emenda.
Antes vinagre que ser doce vinho,
Antes ser tolo, a quem me entenda.
Antes eu ter-te que ver-me sozinho,
Antes de tudo, um amor que me prenda.